Dicas

Quando adquirimos um cão, estamos realmente introduzindo um novo integrante à nossa família. Sendo assim ele é parte importante de nosso cotidiano e deve estar em sintonia com todas as regras estabelecidas dentro da casa, favorecendo uma convivência mais saudável com o resto da família.

A única diferença é que ele não se comunica da mesma forma que nós humanos e ensiná-lo a cumprir algumas dessas regras criadas por nós pode ser um pouco diferente do que imaginamos mas faze-lo é nada mais que a nossa obrigação para que ele possa ser cobrado por seus comportamentos. Digo isso porque na cabeça de um cão pode ser muito lógico fazer xixi nos tapetes da casa, cavar o jardim e rosnar para defender sua própria comida mas essas não são condutas desejáveis para o convívio conosco e é isso que devemos dizer a ele.

Portanto para que possamos ter uma convivência tranquila com nossos parentes de quatro patas, devemos envolver a família toda nesse processo de educação e ajuda-lo a entender que se comportando da forma que desejamos será muito mais vantajoso para ele pois receberá mais carinho, atenção e terá muito mais liberdade e proximidade com a família. O valor de um cão está em seu comportamento e só com nossa ajuda ele pode se desenvolver e superar todas as nossas expectativas.

Aqui temos algumas dicas para resolver problemas comuns que muitos proprietários enfrentam no dia-a-dia. Essas soluções não são regras e podem sofrer alterações de acordo com o temperamento do cão ou o contexto em que acontece o comportamento indesejado. Caso não consiga sozinho, ficaremos muito felizes em ajuda-lo.

Latidos Indesejáveis

Assim como em todos os casos anteriores a melhor solução é a prevenção. Mas principalmente nesse caso, quando o cão é recompensado pelos latidos fica muito mais difícil de se controlar o problema.

O que as pessoas não entendem é que o objetivo do cão em latir é muitas vezes atrair a nossa atenção e mesmo quando vamos até o cão para dar uma bronca, mandá-lo calar ou gritar com ele, mesmo que de longe, estamos respondendo a esse chamado e reforçando esse comportamento. Na próxima vez que ele estiver se sentindo sozinho já sabe que é só latir e será questão de tempo para aparecermos.

É comum que esse chamado se inicie mais durante a noite, quando o cão fica mais sozinho, e depois pode passar a latir para conseguir tudo o que quer quando entende que é correspondido.

Para inibir esse comportamento devemos dar atenção ao cão somente quando ele não está latindo, nessa hora podemos interagir e fazer carinho, justamente para premiar o comportamento mais desejado. No instante em que ele começa a latir e insiste em chamar a nossa atenção dessa forma, deve ser tratado com total indiferença. A falta de atenção é a nossa melhor resposta para esse tipo de comportamento, para que o cão entenda que não obtém nenhuma vantagem em nos chamar latindo.

Devemos entender que esse é um caso de “tudo ou nada”. Se resistimos por várias horas aos latidos do cão sem dar nenhuma resposta a esse comportamento, mas por um motivo ou outro cansamos e vamos lá falar com ele, ele não só será premiado pela sua resiliência em latir (se tornando mais insistente) como também pode aprender a latir de forma mais intensa.

Para evitar todo esse conflito e ter uma relação muito boa com seu cão o que aconselho é entender os momentos em que ele late mais, as situações que o levam a isso e nos anteciparmos. Um cão com atividades físicas, uma rotina dinâmica repleta de desafios mentais e convívio de qualidade com pessoas e outros cães tem uma chance muito menor de desenvolver esse comportamento. Invista em uma rotina de qualidade, construa bons hábitos, reconheça sempre quando o cão está bem em silêncio e o premie por isso e não responda aos chamados. Latidos são naturais mas são considerados saudáveis somente em determinados contextos e com uma certa frequência. Se o problema persistir, consulte um adestrador profissional para ajudá-lo a entender melhor o problema.

Não brincar mordendo

A brincadeira com mordidas é um um comportamento natural no mundo canino, mas não muito agradável para gente. E mal sabemos que na maioria das vezes, ao invés de diminuir esse hábito, o que fazemos é aumentá-lo sem querer.

Um erro muito comum é incentivar o cão a brincar de “lutinhas” na infância, ou mesmo provocá-lo com abraços apertados e beliscos nas bochechas. Esse cachorro crescerá e a mordida que já não era algo bom se tornará dolorosa e perigosa para crianças e pessoas com a pele mais fina.

Para inibir esse comportamento devemos ser muito consistentes em mostrar ao cão aquilo que não queremos nele. Portanto, a partir do momento que ele começa a se exaltar e brincar de forma brusca, devemos mostrá-lo toda a nossa indiferença e “sair de cena“ sempre que esse comportamento ocorre.

Também faz parte do seu papel como tutor ensiná-lo como quer que ele se comporte. Para isso é muito bom criar situações que facilitem esse contato de uma forma mais calma, dando a ele algo para ocupar a boca enquanto vai acostumando-o com toques bem leves pelo corpo todo. Esse objeto pode ser um brinquedo de pelúcia, um osso natural ou de nylon ou até um brinquedo recheado. O intuito é redirecionar a mordida do cão para um objeto “feito para isso”. Assim, além dele ficar menos sensível aos nossos toques também saberá o que gostamos que ele morda.

Petiscos líquidos ou cremosos passados na mão nos momentos de brincadeira também funcionam muito bem para ensinar uma nova maneira de interagir com a gente sem mordidas. Um pouco de patê, pasta de amendoim e ou o que for recomendado pelo veterinário e alguns elogios podem modificar completamente a forma como seu cão vê sua mão.

É importante que você não espere seu cão começar a te morder para pegar o brinquedo ou os petiscos e treinar, assim essas interações serviriam somente como uma recompensa pelas mordidas aplicadas. O ideal é prever esses momentos em que o cão costuma morder mais (geralmente à noite) e se antecipar, oferecendo a ele os brinquedos e as brincadeiras antes de qualquer mordida.

Não fugir pelo portão

Todos os comandos e exercícios devem ser treinados com o máximo de segurança possível, mas esse exercício especificadamente requer muito cuidado. Devemos levar em consideração que o cão ainda estará em processo de aprendizagem e que qualquer falha pode causar um acidente grave ou até mesmo a perda do cão. Sendo assim, devemos trabalhar sempre com uma guia longa dentro do perímetro da garagem sem o menor risco de ele conseguir sair para a rua até que esteja completamente confiável.

Não é interessante deixar que aconteça uma fuga para que se inicie o treinamento, o ideal é que se faça um trabalho de prevenção e que o cão nunca tenha sequer passado pelo portão de automóveis quando aberto, isso facilita muito o condicionamento do comportamento que desejamos.

O treinamento se inicia com o portão fechado e utilizando uma superfície (tapete, pano ou caminha) onde queremos que o cão nos aguarde quando chegamos em casa. Começamos conduzindo o cão rapidamente até esse local e premiando-o bastante com um petisco quando ele chega lá, assim ele entende que é sempre muito bom estar no seu lugar e que ganhará mais prêmios chegando o quanto antes nesse ponto.

Quando ele já tem uma impressão positiva dessa superfície e está muito motivado a chegar lá o quanto antes, damos início às distrações. Podemos manter uma fresta do portão aberto, dificultando um pouco para o cão, contar com pessoas ou até com cães que conhecemos para proporcionar mais desafios e ir aumentando o nível de dificuldade. Na sequência do treinamento, o ideal é que o portão vá ficando cada vez mais aberto e que consigamos que o cão se dirija ao local desejado de forma espontânea assim que liberemos a guia.

A partir daí, com o cão habituado ao portão aberto, trabalhamos o momento de ele correr ao local estabelecido. Utilizaremos o momento exato que o portão abre, associando o movimento e o som do portão com a hora de ele se dirigir à cama. E, finalmente, trabalhando em duas pessoas (uma entrando com o carro e a outra conduzindo o cão) chegamos ao cenário próximo do real, quando entramos com o carro na garagem.

Por se tratar de um comportamento que exige muita responsabilidade e condicionamento, recomendamos o acompanhamento de um profissional para orientar o treinamento.

Não pular nas pessoas

Esse comportamento é muito comum entre cães mais jovens e geralmente foi “ensinado” pelos próprios donos do cão quando ele era pequeno, mesmo que sem querer. Posso até explicar como isso aconteceu:

Quando o cão é filhote e coloca suas patas no dono, na maioria das vezes ele é recebido com carinho. Assim premiamos esse comportamento com todo o nosso afeto. Em muitas vezes é o próprio dono quem chega a pegar o cão no colo para dar carinho, sem se dar conta que esse filhote vai crescer e querer receber o mesmo carinho que recebia na altura do colo quando era mais novo.

Agora imagine a confusão que geramos na cabeça do cão que sempre pôde pular e agora, só porque cresceu, seu comportamento se tornou errado. 

Para que ele deixe de pular, não adianta dizer “não pula”, ficar irritado ou apelar para as broncas, devemos ensiná-lo uma forma muito mais efetiva de ganhar carinho, a forma como nós humanos gostamos de ser recebidos, que geralmente é o “senta”.

Se você ensinar seu cão a sentar, pedir o “senta” sempre que o encontrar e recompensá-lo por isso (com carinho, petisco ou brinquedo) ele irá associar que é muito mais vantajoso para ele se sentar do que pular para conseguir a nossa atenção. Pode ser difícil conseguir isso no momento que chegamos em casa, depois de um dia todo longe do cão, no início do treinamento. Por isso é muito importante que sejam realizadas pequenas sessões de aulas sempre que estivermos em casa de bobeira e ele estiver mais calmo.

O mais importante é que todos da família tratem o cão da mesma forma e não deem carinho a ele quando pular. Fazendo isso estariam colocando todo o processo de educação a perder e confundindo mais ainda o cão. Se ele ainda insistir em pular nos momentos de mais euforia, o ideal é que seja recebido com indiferença. Aos poucos ele perceberá que o “senta” é o caminho!

Aprender a ficar bem sozinho

Roer os móveis da casa, uivar, mutilar-se, arranhar as portas, falta de apetite. Todos esses problemas, que à primeira vista parecem não apresentar nenhum tipo de relação, podem estar ligados à mesma causa.

É o que chamamos de “doença dos cães modernos”, que foram selecionados por milhares de anos para terem uma relação tão estreita com a gente e agora sofrem com a nossa carência e falta de tempo livre para brincar. Em casos mais graves pode ser responsável por séria debilitação física e psicológica do cão.

Trata-se mais uma vez de um erro de comunicação entre as pessoas e seus próprios cães, onde sem querer acabamos valorizando um comportamento indesejado e fazemos com que ele se repita com mais intensidade. Costumo dizer aos meus clientes que nós temos muitas ocupações na vida como: família, amigos, trabalho e uma série de atividades e problemas. O cão só tem a nós e o que nós proporcionamos para ele, sendo assim, devemos estar atentos se ele possui a carga de atividades necessária para gastar sua energia e se manter psicologicamente saudável.

Devemos observar, entre outras coisas, se ele passeia com regularidade, tem um espaço físico suficiente, atividades na hora de se alimentar e brincar, uma rotina disciplinada (não especificadamente adestramento, mas se compreende e atende às regras básicas de convivência da casa), se tem um ambiente que o estimule a exercer atividades enquanto estamos fora e que permita que expresse seus comportamentos naturais. Esse é o primeiro ponto, se estamos seguros disso e entendemos que nosso cão tem uma rotina saudável e estimulante, passamos para a segunda fase da análise.

Muitas famílias acham linda aquela festa que o cão faz quando chegamos em casa ou a sua dependência em relação à família para sentir-se bem. Isso é um comportamento muito compreensível em nós humanos, que trabalhamos o dia todo, sofremos com a rotina do dia-a-dia e somos carentes ao ponto de descarregar todas essas frustrações em nossos cães. Um comportamento compreensível, mas longe de ser correto. Nosso principal dever como um tutor responsável é fazer nossos cães se sentirem bem mesmo na nossa ausência, seria egoísmo pensar o contrário. Portanto, devemos ensiná-lo também que ficar sozinho é bom e que ele não deve temer pois sempre voltaremos. Muito diferente de negligenciar seu estado mental nos momentos de solidão e depois dar todo o carinho que podemos nas poucas horas no dia que o vemos por puro peso na consciência.

Devemos condicioná-lo a essa situação de forma positiva, trata-se de um processo de habituação gradual onde acostumamos o cão com a nossa ausência aos poucos, sempre mantendo-o em condições favoráveis para que fique bem.

No início só podemos deixa-lo sozinho logo após uma boa caminhada ou um longo período de brincadeira, o ideal é que deixemos com o cão coisas para ele se distrair como ossos, objetos com o nosso cheiro e até algum rádio ligado em volume baixo. Saímos do apartamento/casa e voltamos em pouquíssimo tempo, menos de um minuto, de forma que ele nem sinta nossa falta. Fazendo isso ele praticamente não se importará com a nossa ausência e entenderá que obtém até vantagens com ela se alguns brinquedos recheados ou ossos especiais forem dados somente nesses períodos.

O tempo que ficamos longe do cão deve ser “fracionado“ o máximo possível, evitando longos períodos de estresse e associação negativa. Se temos a possibilidade de passar em casa na hora do almoço, dar um passeio e verificar se ele está em boas condições, será sempre muito benéfico. Na sequência do treinamento devemos aumentar gradativamente o tempo em que ficamos ausentes até que se torne o mais próximo da nossa realidade e cumpra com as nossas necessidades diárias, sempre usando o bom senso e respeitando o limite de cada cão. Há casos em que o cão sequer pode ficar sozinho por segundos durante o treinamento ou que precisa de medicação específica para conseguir lidar melhor com essas questões. É sempre importante ter o suporte de um adestrador profissional ou veterinário comportamentalista para avaliar melhor a situação.

CRECHE CANINA

Surgiu como uma ótima solução para as pessoas que não tem tempo para realizar esse tipo de treinamento ou entendem que não são capazes de preencher todas as necessidades físicas e psicológicas dos seus cães devido ao trabalho, estilo de vida ou falta de motivação.

Nela, oferecemos atividades diárias como gincanas, exercícios básicos de obediência e muita brincadeira, além da comodidade do serviço de leva e traz e a possibilidade de levar seu cão ao veterinário para consultas, vacinas e banhos.

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Aprender o 'vem!'

É muito bonito ver cães que mesmo soltos no parque, interagindo com outros cachorros, voltam correndo espontaneamente quando chamados pelo dono. Isso é o sonho da grande maioria das famílias que eu tenho contato mas assim como outros comportamentos citados anteriormente, requer prática, condicionamento e aperfeiçoamento no dia-a-dia.

Devemos nos fiscalizar para não atribuir ao chamado um significado ruim ou duvidoso para o cão. Chamá-lo para dar uma bronca ou mostrar algo que ele aprontou, além de não ser uma prática correta, só o deixará em dúvidas se é bom ou não vir para você. Dentro de casa, sem nenhum tipo de distração, ele até pode vir por ter a uma pequena possibilidade de ganhar um carinho ou petisco, mas em condições mais favoráveis para ele, como estar brincando com outros cães na praça ou tendo a possibilidade de perseguir uma bicicleta na rua, o chamado não terá valor suficiente para que ele nos atenda e assim irá preferir os outros estímulos do ambiente ao invés do chamado.

Partindo desse ponto, só podemos chamar o cão até nós se ele obtiver grande vantagem com isso (comida, carinho, brinquedo, etc.), sem deixar dúvidas que vir até você é sempre melhor do que o que está acontecendo ao redor. Isso não é algo treinável na rua. Todo o processo deve-se iniciar em casa, onde não há nenhum risco de fuga do cão. Brincadeiras de esconde-esconde e chamados surpresa com uma recompensa altíssima durante alguns períodos do dia são sempre bem-vindos e contribuem para que o cão crie interesse em vir. Quando ele já está bem condicionado em casa e queremos iniciar o treino na rua, sempre devemos fazer uso de material de segurança como uma guia longa ou fazer isso em um espaço cercado até o ponto do cão ficar confiável nas mais diversas situações encontradas no dia-a-dia. Lembramos que muitos cães não são e alguns nunca estarão aptos a ficar soltos em lugares públicos devido a uma série de fatores como: pouca idade, insegurança, falta de socialização e habituação ou falta de treinamento. Portanto não aconselhamos que se solte cães sem o máximo de segurança e controle ou até o acompanhamento de um profissional. Se você tem dúvidas que o seu cão voltará quando chamado, mantenha-o na guia em segurança sempre.

Xixi e cocô no lugar certo

Essa é disparada a maior dificuldade que a maioria das pessoas tem na hora de educar um cão. Isso porque os cães não chegam em casa que existe um banheirinho específico para fazerem suas necessidades. Assim como toda regra, isso deve ser ensinado com muito carinho e paciência pela família. Nada de esfregar o focinho no xixi, causar sustos ou dar broncas. Além de práticas abusivas, atrapalham muito o processo de educação e a relação com seu cão.

O momento ideal de ensinar o cão a fazer as necessidades no lugar que queremos é assim que ele chega em nossa casa. Assim aceleramos o aprendizado evitando que ele faça e aprenda de forma errada por muito tempo, criando um mau hábito. Prevenir é sempre o melhor caminho!

Se for novo e tiver entre 2 a 4 meses de vida, melhor ainda, afinal essa é a idade em que ele está mais suscetível a aprender toda a parte de habituação, socialização e as regrinhas da nossa casa. Se for um pouco mais velho ou mesmo adulto não tem problema. Seguindo a forma correta de treinamento eles são capazes de aprender da mesma forma que cães novos, alguns só terão mais dificuldades devido ao seu histórico e alguns vícios adquiridos com a idade. O mais importante é que se respeite o tempo de cada um e se utilize sempre técnicas que priorizem o bem-estar deles para atingir nossos objetivos.

Essa é a forma como ensinamos os nossos cães e a que julgamos a mais indicada:

Primeiramente devemos planejar onde será o “banheiro ideal“ para o cão. Deve ser um local de fácil acesso para ele, que seja fácil de limpar e, de preferência, não muito próximo de onde o cão dorme e/ou se alimenta. Geralmente pessoas que moram em residências preferem que seus cães façam as necessidades no quintal e quando moram em apartamento preferem áreas como lavanderia e varanda, mas isso fica a critério de cada família.

Como o nosso objetivo inicial é evitar que o cão erre, não faria sentido deixa-lo solto pela casa toda sem supervisão pois estaríamos dificultando muito para que ele acertasse o lugar. Portanto, restringimos um pouco a área onde ele fica e disponibilizamos uma área maior de tapetes higiênicos (ou jornal) para que ele tenha mais chances de acerto. Ele deve permanecer grande parte do dia nesse local e sempre que fizer as necessidades onde queremos deve ganhar muitos prêmios. O importante é que o cão entenda que é muito bom usar o “banheirinho“ e se esse comportamento se repetir mais vezes ele só ganhará coisas boas.

Ficar mais nesse espaço e acertar o banheirinho várias vezes ajuda o cão a construir esse hábito, mas só com a supervisão adequada e recompensas valiosas é que ele vai dar preferência para ir até lá quando estiver apertado. Portanto, é bom se preparar para acompanhar o cão muitas vezes por dia ao banheiro. Quando novo, o ideal é que isso seja feito de hora em hora e à medida em que ele ficar mais velho esse intervalo vai aumentando gradativamente.

Como uma hora ou outra teremos que dar liberdade ao cão dentro de casa, aproveitamos a hora em que o ele acabou de se “aliviar” para ficar com ele em outros ambientes, brincar na cozinha, sentar juntos no sofá da sala e realizar outras atividades que farão parte do seu dia-a-dia. Sempre lembrando que não devemos abusar desse tempo longe do banheiro, esse intervalo só pode aumentar quando tivermos a certeza que não há chance acontecer uma “recaída”. Assim que estiver na hora, devemos conduzi-lo para o lugar dele (sempre que possível no chão) para que vá aprendendo o caminho até o banheiro de diferentes pontos da casa, facilitando a continuidade do treino.

Caso ele erre, devemos simplesmente tirá-lo de perto de onde foi feito e fazer a limpeza adequada. Nesse caso nunca atribuímos o erro ao cão e sim a nós mesmos por tê-lo deixado em uma área muito grande, tê-lo deixado sem supervisão ou levado à sala em uma hora em que estava com a bexiga cheia. É muito importante aprendermos com os erros para evitar novos episódios como esse no futuro. Dar broncas, principalmente um bom tempo depois do xixi feito, não ensina nada e só fará com que seu cão queira fugir e se esconder de você no momento em que quiser usar o banheiro. Aquela famosa carinha que muitas pessoas descrevem como “ele sabe que aprontou” é comprovadamente uma ferramenta do cão para acalmar o dono, não tendo relação nenhuma com o fato dele ter realmente feito o xixi onde não queremos. Na verdade, ele nem é capaz de associar a nossa irritação ao xixi e só age daquela forma para evitar uma bronca que para ele não tem sentido, mas que imagina que vá acontecer.

Com o passar do tempo a situação vai ficando mais próxima da ideal. O tempo em que o cão fica com a gente nas outras partes da casa aumenta, o número de tapetes higiênicos (ou quantidade de jornal) diminui até chegar ao tamanho que desejamos e ele passa a se dirigir ao local certo quando tem vontade de fazer as necessidades sem que a gente o leve. Se tudo correr bem ele ficará totalmente confiável para ficar solto em casa tendo sempre o banheiro à disposição e não errará mais na hora de fazer seu xixi.