Roer os móveis da casa, uivar, mutilar-se, arranhar as portas, falta de apetite. Todos esses problemas, que à primeira vista parecem não apresentar nenhum tipo de relação, podem estar ligados à mesma causa.
É o que chamamos de “doença dos cães modernos”, que foram selecionados por milhares de anos para terem uma relação tão estreita com a gente e agora sofrem com a nossa carência e falta de tempo livre para brincar. Em casos mais graves pode ser responsável por séria debilitação física e psicológica do cão.
Trata-se mais uma vez de um erro de comunicação entre as pessoas e seus próprios cães, onde sem querer acabamos valorizando um comportamento indesejado e fazemos com que ele se repita com mais intensidade. Costumo dizer aos meus clientes que nós temos muitas ocupações na vida como: família, amigos, trabalho e uma série de atividades e problemas. O cão só tem a nós e o que nós proporcionamos para ele, sendo assim, devemos estar atentos se ele possui a carga de atividades necessária para gastar sua energia e se manter psicologicamente saudável.
Devemos observar, entre outras coisas, se ele passeia com regularidade, tem um espaço físico suficiente, atividades na hora de se alimentar e brincar, uma rotina disciplinada (não especificadamente adestramento, mas se compreende e atende às regras básicas de convivência da casa), se tem um ambiente que o estimule a exercer atividades enquanto estamos fora e que permita que expresse seus comportamentos naturais. Esse é o primeiro ponto, se estamos seguros disso e entendemos que nosso cão tem uma rotina saudável e estimulante, passamos para a segunda fase da análise.
Muitas famílias acham linda aquela festa que o cão faz quando chegamos em casa ou a sua dependência em relação à família para sentir-se bem. Isso é um comportamento muito compreensível em nós humanos, que trabalhamos o dia todo, sofremos com a rotina do dia-a-dia e somos carentes ao ponto de descarregar todas essas frustrações em nossos cães. Um comportamento compreensível, mas longe de ser correto. Nosso principal dever como um tutor responsável é fazer nossos cães se sentirem bem mesmo na nossa ausência, seria egoísmo pensar o contrário. Portanto, devemos ensiná-lo também que ficar sozinho é bom e que ele não deve temer pois sempre voltaremos. Muito diferente de negligenciar seu estado mental nos momentos de solidão e depois dar todo o carinho que podemos nas poucas horas no dia que o vemos por puro peso na consciência.
Devemos condicioná-lo a essa situação de forma positiva, trata-se de um processo de habituação gradual onde acostumamos o cão com a nossa ausência aos poucos, sempre mantendo-o em condições favoráveis para que fique bem.
No início só podemos deixa-lo sozinho logo após uma boa caminhada ou um longo período de brincadeira, o ideal é que deixemos com o cão coisas para ele se distrair como ossos, objetos com o nosso cheiro e até algum rádio ligado em volume baixo. Saímos do apartamento/casa e voltamos em pouquíssimo tempo, menos de um minuto, de forma que ele nem sinta nossa falta. Fazendo isso ele praticamente não se importará com a nossa ausência e entenderá que obtém até vantagens com ela se alguns brinquedos recheados ou ossos especiais forem dados somente nesses períodos.
O tempo que ficamos longe do cão deve ser “fracionado“ o máximo possível, evitando longos períodos de estresse e associação negativa. Se temos a possibilidade de passar em casa na hora do almoço, dar um passeio e verificar se ele está em boas condições, será sempre muito benéfico. Na sequência do treinamento devemos aumentar gradativamente o tempo em que ficamos ausentes até que se torne o mais próximo da nossa realidade e cumpra com as nossas necessidades diárias, sempre usando o bom senso e respeitando o limite de cada cão. Há casos em que o cão sequer pode ficar sozinho por segundos durante o treinamento ou que precisa de medicação específica para conseguir lidar melhor com essas questões. É sempre importante ter o suporte de um adestrador profissional ou veterinário comportamentalista para avaliar melhor a situação.
CRECHE CANINA
Surgiu como uma ótima solução para as pessoas que não tem tempo para realizar esse tipo de treinamento ou entendem que não são capazes de preencher todas as necessidades físicas e psicológicas dos seus cães devido ao trabalho, estilo de vida ou falta de motivação.
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